segunda-feira, 26 de maio de 2008

Quando (já nada é intacto)

"Quando já nada é intacto
Quando tudo na vida vem em pedaços e por dentro me rebenta um mar
Quando a cidade alucina num lugar de néon e de neblina e me esqueço de sonhar
Quando há qualquer coisa que sufoca e os dias são iguais a outros dias, e por dentro o tempo é tão voraz
Quando de repente num segundo qualquer coisa me vira do avesso e desfaz do cada certeza do meu mundo
Quando o sopro de uma jura faz balançar os dias
Quando os sonhos contaminam os medos e os cansaços
Quando ainda me desarmam a tua companhia e tudo que a vida faz em mim
Quando o dia recomeça e a noite ainda te prende nos céus braços e por dentro te rebenta um mar
Quando a cidade te esconde e o silêncio é o fundo das palavras que te esqueces de gritar
Quando o sopro de uma jura faz balançar os dias
Quando os sonhos contaminam os medos e os cansaços
Quando ainda me desarmam a tua companhia e tudo o que a vida faz em mim"

Mafalda Veiga

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