domingo, 23 de março de 2008

Esta é a noite


O momento que ansiei durante tanto tempo consumou-se ontem, na Sé do Porto. Eu, e aqueles que caminharam a meu lado durante meses em direcção a cristo, fomos ontem ungidos pelo Espírito Santo, e tornamo-nos " um outro cristo", cristãos. Numa cerimónia belíssima, como nunca antes tinha visto, nascemos para um a vida nova. Ressuscitamos. Na calada da noite, por entre as vozes celestiais ganhámos asas esplêndidas. É indizivel o sentimento que me invadiu, que me preencheu, um momento que so se saboreia quando se prova, que so se percebe quando se experimenta. Magoa-me que apenas o silêncio possa descrever aquilo que vivemos, que sentimos, embora me console saber que muitos dos que amo o presenciaram. Mais do que presenciar, deram-me a mão, apertaram-na e ensinaram-me o desassombro. Agradeço-vos tanto. A ti Ana Luis, a ti Tiago. Agradeço ainda aqueles que com palavras doces me acalmaram o espírito, Tati, Zé Diogo, Chico e Chica, Professor Joaquim, Fernando. Aqueles que fizeram com que aquele momento fosse possivel, Professor José Rui, Padre Leonel, D. Manuel. Aos meus pais e à minha irmã que fizeram questão, apesar do frio da noite,de estar presentes na minha ressureição. Aqueles que me acolheram num abraço, e me receberam, ao João Ramos, à Rita, à Irmã Aurora, à Natalia, à Tita, à Pingas, ao Gonçalo Tiago. E ainda a todos aqueles que pensaram em mim, e rezaram por mim, e que me têm num cantinho muito especial do coração.

Mas agradeço principalmente aquela cujas nossas pegadas se unificaram, que me deu tudo. Que enlaçou a mão na minha, apertando-a com força, que me acalmou com palavras doces, que fez questãos que de se mostrar presente num só nesta noite mas e todo o meu caminho, que me acolheu num abraço e me recebeu, que rezou por mim, e pensou em mim e me tem num cantinho muito especial do coração, a ti Joana. Porque aceitas-te ser minha madrinha, e porque me iluminas porque me fazes acreditar que o mundo é movido por amor. Acreditas que ainda é possivel morrer de amar, tal como cristo morreu, e mais do que acreditar mostras-me. Orgulho-me demais de ti Joana, e quero muito estar presente na tua vida como tu estás na minha. Obrigado por me ensinares os sonhos.

domingo, 16 de março de 2008



"Não me preocupam aqueles que não estão presentes,
porque os que estão são aqueles que dizem SIM"

Professor José Rui

Cristo comigo

Senti o teu abrigo. Fosse para onde fosse senti que te levaria comigo, numa terna lembrança dos momentos que me deste a ganhar e daqueles que choraste comigo e por mim. Levar-te-ia na esperança que constituis na minha vida, no desassombro que me ensinaste e me dá a coragem de viver com os olhos postos no céu, no amor profundo daqueles que caminham comigo.
Apercebo-me agora que por muito que pareça estar na penumbra da noite escura, nada temerei porque habita em mim a toda a tua luz. E se o meu rumo mudar, se o passado se tornar futuro, olharei as tuas pegadas e seguirei um novo rumo, com a certeza que de não me abandonarás.

quarta-feira, 12 de março de 2008


Remexia numa espécie de baú das recordações, e deparei-me com esta reliquia. É sem duvida daquelas fotografias que me recordam " momentos que a vida me fez amar tanto".

Basta um sonho



Às vezes a vida parece fugir-nos, com os nossos próprios pés. Também eles fogem, para bem longe, bem longe de nós. Respiramos apenas e corremos, já sem pés atrás dela. Ou então esperamos que ela se cansa de viver fugida e volte de novo a casa. A casa que construímos juntos, dias felizes. É uma espera verdadeira, pensamos nós, digna de quem não tem sede de ser feliz afinal, digo eu. De quem não tem sede de sonhar, de quem não quer ver naquele pedaço que nos foge um motivo suficiente que desinstale, da comodidade, ou morte, que é vivermos parados. Vermos a dinâmica que nos envolve, e mesmo assim, e apesar de já sem pés, não termos a coragem de gatinhar atrás daquela que um dia nos fez amar tanto. Não termos o desassombro de perceber que a vida pode ser suportável mas nunca suportada. De cada vez que damos um passo lutamos por nós, será que não basta? Mesmo que o querermos não tenha nenhuma relação causal com o conseguirmos, pelo menos não no imediato, mesmo que haja quedas, não valerá a pena sonhar? O sonho é vida e mesmo quando pensamos que sonhar é estar parado, sem sabermos, a vida pela qual corremos atrás, vive escondida, em nós, nos nossos sonhos.